NOSSAS HISTÓRIAS: REPRESENTATIVIDADE, AUTOESTIMA E A CONSTRUÇÃO DA MARCA eube
Desde que me recordo, a minha vida e a vida de muitas pessoas negras ao redor foram marcadas por um perene sentimento de não pertencimento. Quando crianças, crescemos em um mundo onde as referências de beleza, sucesso e aceitação raramente nos incluíam. Na escola, nos comerciais de TV, nas capas de revistas, dificilmente víamos rostos que se parecessem com os nossos. Esse é o início de uma jornada repleta de desafios que impactam profundamente nossa autoestima e nosso senso de identidade.
A INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: RAÍZES DE TRAUMAS
Quando crianças, somos como esponjas, absorvendo tudo ao nosso redor. Crescendo, muitas vezes escutamos comentários negativos sobre nossos cabelos, nossa pele, nossos traços. Lembro-me claramente das brincadeiras na escola, onde meu cabelo crespo era motivo de risadas e apelidos cruéis. Essas experiências deixam cicatrizes que carregamos para a vida adulta. É como se, desde cedo, aprendêssemos que algo em nós precisa de correção para sermos aceitos. A adolescência não foi mais fácil. A pressão para se encaixar em padrões de beleza eurocêntricos era esmagadora. Enquanto minhas amigas brancas se sentiam livres para explorar sua feminilidade e beleza, eu me via presa em um ciclo de tentativa e erro, buscando desesperadamente produtos e técnicas para alisar meu cabelo, clarear minha pele, tentar ser algo que não sou. Os espelhos refletiam mais do que apenas a imagem física – refletiam a frustração, a dor e a sensação de inadequação.
O IMPACTO NA VIDA ADULTA
Esses traumas de infância e adolescência não desaparecem magicamente quando crescemos. Eles se transformam e se manifestam de maneiras diferentes na vida adulta. A luta para sentir-se bela em nossa própria pele continua, e muitas vezes é uma batalha solitária. A mídia ainda é dominada por padrões de beleza que não nos representam, e isso reforça a ideia de que nossa aparência é algo que precisa ser corrigido.
A falta de representatividade impacta diretamente nossa autoestima. Quantas vezes olhamos para revistas, anúncios ou programas de TV e nos sentimos invisíveis? Isso cria um ciclo vicioso de autoquestionamento. Será que sou bonita o suficiente? Será que minha pele é aceitável? Será que meu cabelo é adequado? Essas perguntas corroem nossa confiança e nos fazem duvidar de nosso valor.
A LUTA PELA ACEITAÇÃO E AUTOESTIMA
No entanto, nossa jornada não é apenas de dor. É também de resistência, resiliência e busca por aceitação. Cada vez mais, vemos pessoas negras quebrando barreiras e redefinindo padrões de beleza. Estamos criando nossos próprios espaços, nossas próprias narrativas. A luta para nos sentirmos belos em nossa própria pele é contínua, mas estamos ganhando terreno.
Foi a partir dessa luta e da necessidade urgente de representatividade que nasceu a eube. A eube não é apenas uma marca de skincare; é um movimento, uma celebração da pele negra. Queremos mudar a forma como nos vemos e como o mundo nos vê. Nossa missão é criar produtos que atendam às necessidades específicas da pele negra, utilizando ingredientes cuidadosamente selecionados para realçar nossa beleza natural e promover a saúde da nossa pele.
NASCE A eube
A ideia de criar a eube veio da minha própria jornada e das histórias que ouvi de tantas outras pessoas negras. Queríamos uma marca que nos representasse, que entendesse nossos desafios e celebrasse nossas vitórias. A eube foi concebida para preencher essa lacuna no mercado, oferecendo produtos que realmente funcionam para nossa pele e que nos fazem sentir valorizados e belos.
UMA NOVA ERA PARA A BELEZA NEGRA
A história de nossa representatividade e autoestima é complexa e multifacetada. Desde os traumas da infância até a luta constante na vida adulta, cada passo é um ato de resistência. Estamos aprendendo a nos ver como belos, a celebrar nossa pele, nossos cabelos e nossos traços. A jornada é longa, mas cada conquista é uma vitória não só para nós, mas para as próximas gerações que virão.
Com a eube, esperamos continuar essa trajetória de empoderamento, oferecendo produtos que não apenas cuidam da nossa pele, mas que também inspiram e celebram nossa beleza única. Que continuemos a contar nossas histórias, a criar nossos espaços e a celebrar nossa beleza. Afinal, somos belos em nossa própria pele, e é hora de o mundo ver e reconhecer isso.
